domingo, 4 de agosto de 2013

Os seus, os meus, os nossos filhos



Falar de filho é algo que me deixa muito feliz. Em especial por ser mãe de dois filhos amados que muito me agradam e também por ajudar a muitos pais a educarem seus filhos, devido a minha profissão. Claro, que não posso aqui deixar de lembrar que o papel da escola é ensinar e muito bem o conhecimento elaborado e acumulado historicamente pelo homem. No entanto, sempre deixamos o lado humano falar mais alto e acabamos agindo como mães das crianças que passam pelas nossas mãos nas salas de aula dessa vida.
Mas confesso que mesmo estando “preparada” para educar, embora muitas vezes teoricamente, a adolescência ainda é um período que me assusta e muito. Isto porque a cada dia na sociedade do imediatismo que vivemos, criamos filhos também com desejos imediatos, vontades infindáveis e muitas vezes cruéis conosco e com eles mesmos.
Minha adolescência foi marcada por muito trabalho, pois iniciei minha labuta como babá aos 11 anos, talvez por isso meu encanto pelos pequenos. Não tive minhas vontades sanadas e nem por isso me revoltei ou deixei de amar meus pais. Naquele tempo havia muita criança de rua, hoje com os projetos existentes na cidade, como escola em tempo integral e cursos gratuitos, não vemos muitas crianças nas ruas. No entanto é surpreendente o número de crianças de shoppings. Isso mesmo “crianças de shopping”, que passam tardes vagando e se entupindo de lanches e fast foods, enquanto seus pais trabalham.
É um quadro preocupante e que nos faz refletir acerca do nosso papel enquanto pais e educadores, que acreditam numa sociedade melhor. Mais como pensar em uma sociedade melhor, se não estamos preparando homens e mulheres melhores para administrá-la?
Um exemplo deste despreparo para com a criação de nossas crianças é apresentado em uma pesquisa na qual a pastoral da criança, que sempre viu a desnutrição infantil crônica, entre crianças de zero a cinco anos, diminuir em 90% nos últimos 30 anos, agora luta contra a obesidade infantil. Segundo o estudo Saúde Brasil 2009 (Ministério da Saúde), as ações da Pastoral da Criança que, em 28 anos de atividades, contribuíram significativamente para a redução desses índices no país agora estão voltadas também à prevenção da obesidade infantil, problema que tem aumentado e preocupa as autoridades da área da saúde pública. Maus hábitos alimentares, estilos de vida e comportamento, como o sedentarismo fecham esse quadro.
Por isso fica aqui meu convite aos pais, para reverem seus papéis nesta tarefa árdua de educar. Tirem seus filhos dos computadores, televisores e os levem pra passear no parque, conversem mais, abracem mais, amem mais, sem cobrança, só com atitudes e façam valer a pena.

Atitudes sim, estas são os melhores exemplos.