sábado, 31 de março de 2012

formação em serviço começa esta semana

Esta semana daremos início a formação em serviço com os professores da rede pública de Maringá.
Na terça-feira dia 03 de abril estarei na sala de formação da Avenida João Paulino, atendendo os professores do 3º ano, com a formação em história: O ensino de história no 3º ano do Ensino Fundamental, será nossa temática.
Nossa discussão vai girar entorno do texto introdutório da reformulação da proposta curricular, que está em fase de aplicação e análise.
Quem quiser acompanhar e adiantar a leitura segue site com texto preliminar.
http://www.nre.seed.pr.gov.br/cascavel/arquivos/File/orinta_pedago.pdf


segunda-feira, 19 de março de 2012

Mãe alfabetizadora

Quando eu era criança, pobre, mas pobre mesmo, vivia ao lado da minha mãe que costurava roupas para fora. Jovem ainda, com 3 filhos, pouco estudo e com o esposo doente (meu pai), ela procurava nas costuras dinheiro para manutenção da família.
Tempos difíceis, mas quem não passou por isso? Hoje não quero falar disso, isso verdadeiramente me aborrece. Minha mãe, como disse, teve pouco estudo, pois precisou sair da escola para ajudar sua mãe na criação dos 12 filhos. Sua escolaridade se resume aos primeiros anos escolares. Tempo suficiente para que ela se alfabetizasse. Para cuidar dos filhos e ao mesmo tempo conseguir trabalhar com suas costuras ela foi aos poucos me alfabetizando a sua maneira.
Ela foi uma verdadeira professora, embora não tenha se dado conta disso. Utilizava coisas do nosso cotidiano, materiais concretos e muita paciência. Lembro-me que ela guardava todos os calendários dos anos anteriores, com os quais ela colava um papelão no fundo (detalhe a cola era feita de farinha de trigo com água) e fazia quebra-cabeça, para montarmos, que não tinha condições de comprar este e de nenhum outro, tipo de brinquedo, hoje ditos pedagógicos, para que seus rebentos ocupassem seu tempo. Sem perceber minha mãe desenvolvia nossa concentração, memória, noções espaciais, enfim, organizações mentais que aos poucos iam se estruturando.
Com o giz de desenhar no tecido pra cortar a roupa a ser costurada, ela escrevia na porta da cozinha as letras do alfabeto. Embora hoje colegas meus de academia a condenem, ela foi bem tradicional sim! Alfabetizou a mim e aos meus irmãos.
Quando fui pra escola, na época com 8 anos, sabia ler e escrever com tranquilidade. Embora não fosse letrada, que letramento é algo que ultrapassa a oralidade, a leitura e a escrita, pois é um exercício efetivo e competente da alfabetização na hora de ler e produzir textos reais em situação de comunicação, enquanto que a alfabetização é um processo pelo qual se adquire a escrita alfabética e a habilidade para ler e escrever.
Meu trabalho com crianças em fase de alfabetização contou muito com essa sincronia entre teoria, vista nos bancos acadêmicos e a prática, sentida no chão da fábrica, ou seja na sala de aula. Embora a academia nos apresente várias linhas teóricas, para que possamos fundamentar nosso trabalho, é na sala de aula que estas se evidenciam. E, para tanto, uma equipe pedagógica coesa e harmônica deve contribuir para que o trabalho com os pequenos aconteça com qualidade. Além desse ponto, o professor/professora deve ser pesquisador contínuo, buscando estar sempre atualizado, principalmente porque a criança que temos hoje em nossa sociedade não é mais a criança criada aos pés máquina de costura de sua mãe. Muitas vezes é criada por terceiros, porque os pais estão ocupados demais, com agenda cheia, com uma rotina interminável de afazeres, tanto para eles, quanto para seus filhos.
Realidade esta muitas vezes vividas por mim e por meus filhos também, não quero aqui mostrar que sou diferente da sociedade que está posta. Mas quero destacar que tenho duas óticas a esse respeito, aliás 3, uma como mãe, a segunda como professora e a terceira como formadora de professores. Vivemos tempos em que os pais precisam trabalhar e deixar seus filhos praticamente o tempo todo longe de seus olhares. E, enquanto professores somos cobrados para executar vários papéis: o de pais, médicos, psicólogos, entre outras funções que o professorrealiza paraformar a criança integral. Enquanto formadora percebo a busca constante de professores pela formação continuada, para dar conta dessa diversidade reunida em sala de aula.
Cabe destacar que esta dinâmica se apresenta para atender aos anseios dessa sociedade em constante ebulição para a qual devemos estar preparados pra ela.